O EXPRESSIONISMO
- Caio Carvalho, Emanuel Silvestre, José Augusto
- 3 de nov. de 2015
- 7 min de leitura
Expressionismo - Contexto Histórico

Homem Velho com a Cabeça em Suas Mãos
Artista: Vincent van Gogh
É um movimento de vanguarda, ou seja, um movimento que, segundo seus próprios autores, guia a cultura de seus tempos.
Surgiu no final do século XIX e início do século XX, porém teve seu início de fato em 1910.
A época de surgimento do expressionismo foi marcada pelo desamparo e o medo da sociedade que passara, recentemente, pelo processo de unificação da Alemanha, mas que ainda era por este motivo atrasada industrialmente.
Não só ocorriam mudanças políticas e econômicas, mas também intelectuais e culturais: foram rompidas as crenças religiosas – principalmente a católica – e a existência de um Deus já não mais era incontestável, aumentando ainda mais os questionamentos a cerca dos mistérios da vida e da morte. O homem agora era responsável por si próprio e por seu futuro; a vida após a morte já não era certa. Foram tais incertezas que resultaram no medo, na angústia, na solidão, nos sentimentos mais sombrios que uma sociedade inteira poderia sentir.
O Expressionismo teve como herança cultural o impressionismo do século anterior. Foi um movimento de espírito e da alma. Um movimento que procurou se opor ao objetivismo naturalista, ao racionalismo capitalista burguês. O que importa é a expressão do mundo interior do artista. Ao expressionismo interessam as sensações provocadas no artista tanto por fatos internos quanto externos.
Desde o fim do século XIX, o expressionismo já vinha sendo mostrado por artistas plásticos da Alemanha em suas pinturas. O principal precursor deste movimento foi o pintor, Vincent Van Gogh, que, com seu estilo único, já manifestava, através de sua arte, os primeiros sinais do expressionismo. Ele serviu como fonte de inspiração para outros pintores. Edward Munch também é considerado um precursor deste movimento, por conter em suas obras características expressionistas.
Até então, era pouco conhecido. Um dos fatores determinantes para o seu aparecimento por completo foi a criação do grupo "Die Brucke" (A Ponte), em 1905, na cidade de Dresden. A partir daí o grupo foi se fechando até sua fundação oficial em 1910, através da revista "A Tempestade", quando o expressionismo obteve seu auge, atingindo a maioria dos artistas da época.
Em 1911, numa referência de um crítico à obra de Vincent Van Gogh, o movimento ganha o nome de expressionismo.
Em 1914, a Alemanha sofre com os reflexos da Primeira Guerra Mundial. A partir daí, os artistas começam a retratar mais freqüentemente a situação em que a população se encontrava, o que eles viam à sua volta, as tranformações ocorridas que afetavam de alguma forma as pessoas, tudo isso não só na pintura, mas também na literatura e no cinema e no teatro.
Pode-se dizer que o Expressionismo foi mais que uma forma de expressão, ele foi uma atitude em prol dos valores humanos num momento em que politicamente isto era o que menos interessava.
Seus principais expoentes foram Ernst Kirchner, Oskar Kokoschka e Wassily Kandinsky.
Após o fim da guerra, o expressionismo influencia a arte em outras partes do mundo, inclusive no Brasil.
O expressionismo nas artes plásticas
O Expressionismo é a arte do instinto, trata-se de uma pintura dramática, subjetiva, “expressando” sentimentos humanos, o sentimento do artista. Utilizando cores irreais, dá forma ao amor, ao ciúme, ao medo, à solidão, à miséria humana, à prostituição.
Há predominância dos valores emocionais sobre os intelectuais.
Geralmente, os quadros retratam seres humanos solitários e sofredores. Com a intenção de captar estados mentais, vários quadros mostram personagens deformados. Deforma-se a figura, para ressaltar o sentimento.
Principais características:
• Pesquisa no domínio psicológico.
•Cores resplandecentes, vibrantes, fundidas ou separadas.
• Dinamismo improvisado, abrupto, inesperado. O distanciamento da pintura acadêmica, ruptura com a ilusão de tridimensionalidade, resgate das artes primitivas e uso arbitrário de cores fortes.
• Pasta grossa, martelada, áspera. Muitas obras possuem textura áspera devido à grande quantidade de tinta nas telas.
• Técnica violenta: o pincel ou espátula vai e vem, fazendo e refazendo, empastando ou provocando explosões. O pintor recusa o aprendizado técnico e pinta conforme as exigências de sua sensibilidade.
• Preferência pelo patético, trágico e sombrio. O artista vive não apenas o drama do homem, mas também da sociedade.
Esse movimento artístico caracteriza-se pela expressão de intensas emoções. As obras não têm preocupação com o padrão de beleza tradicional e exibem enfoque pessimista da vida, marcado por angústia, dor, inadequação do artista diante da realidade e, muitas vezes, necessidade de denunciar problemas sociais. É comum o retrato de seres humanos solitários e sofredores. Com a intenção de captar estados mentais, vários quadros exibem personagens deformados, como o ser humano desesperado sobre uma ponte que se vê em O Grito, do norueguês Edvard Munch (1863-1944), um dos expoentes do movimento.
O expressionismo na literatura
O movimento é marcado por subjetividade do escritor, análise minuciosa do subconsciente dos personagens e metáforas exageradas ou grotescas. Em geral, a linguagem é direta, com frases curtas. O estilo é abstrato, simbólico e associativo.
O expressionismo no teatro
Com tendência para o extremo e o exagero, as peças são combativas na defesa de transformações sociais. O enredo é muitas vezes metafórico, com tramas bem construídas e lógicas. Em cena há atmosfera de sonho e pesadelo e os atores se movimentam como robôs. Foi na peça expressionista R.U.R., do tcheco Karel Capek (1890-1938), que se criou a palavra robô. Muitas vezes gravações de monólogos são ouvidas paralelamente à encenação para mostrar a realidade interna de um personagem.
PRINCIPAIS PINTORES E OBRAS EXPRESSIONISTAS:
Vicent Van Gogh

Titulo: "A Sesta"
Sobre: Em maio de 1890, Van Gogh mudou-se para Auvers-sur-Oise, região próxima à Paris, onde produziu cerca de oitenta pinturas, logo antes de morrer.Entre elas, “A sesta”.Sesta significa a hora em que se descansa ou dorme depois do almoço. O autor quis, com essa obra, representar um momento de paz, pintando pessoas sossegadas, em uma atmosfera de leveza e inocência.Essa pintura traz uma intertextualidade, pois foi baseada em uma xilogravura de Jean-François Millet, que, assim como Van Gogh, se interessava pela vida no campo.
Vincent Van Gogh: (1853-1890) - empenhou profundamente em recriar a beleza dos seres humanos e da natureza através da cor, que para ele era o elemento fundamental da pintura. Foi uma pessoa solitária. Interessou-se pelo trabalho de Gauguim, principalmente pela sua decisão de simplificar as formas dos seres, reduzir os efeitos de luz e usar zonas de cores bem definidas. Em 1888, deixou Paris e foi para Arles, cidade do sul da França, onde passou a pintar ao ar livre. O sol intenso da região mediterrânea interferiu em sua pintura, e ele libertou-se completamente de qualquer naturalismo no emprego das cores, declarando-se um colorista arbitrário. Apaixonou-se então pelas cores intensas e puras, sem nenhuma matização, pois elas tinham para ele a função de representar emoções. Entretanto ele passou por várias crises nervosas e, depois de internações e tratamentos médicos, dirigiu-se, em maio de 1890, para Anvers, uma cidade tranqüila ao norte da França.
OUTRAS OBRAS DO PINTOR:

Titulo: ''Quarto em Arles"

Titulo: ''A Noite Estrelada''
Edvard Munch

Titulo:"Ansiedade"
Sobre: O quadro parece retratar uma procissão fúnebre, visto que todos os membros do grupo estão vestidos de negro e dispostos em fila, mas também podemos estar perante uma alegoria da vida, simples caminho para a morte, segundo Munch.
Os rostos pálidos e magros, com enormes olhos redondos, são característicos da pintura expressionista do criador norueguês, um dos grandes percursores desta corrente, conjuntamente com Van Gogh.
As cores são dissonantes e estão dispostas de forma diluída, como se a pintura se fosse desintegrar.A tensão e a tragédia impregnam a cena, que expressa de forma clara o sentimento de angústia, tantas vezes sentida pelo autor de O Grito.
Edvard Munch: (1863-1944) - foi um dos primeiros artistas do século XX que conseguiu conceder às cores um valor simbólico e subjetivo, longe das representações realistas. Seus quadros exerceram grande influência nos artistas do grupo Die Brücke, que conheciam e admiravam sua obra. Nascido em Loten, Noruega, em 1863, Munch iniciou sua formação na cidade de Oslo, no ateliê do pintor Krogh. Realizou uma viagem a Paris, na qual conheceu Gauguin, Toulouse-Lautrec e Van Gogh. Em seu regresso, foi convidado a participar da exposição da Associação de Berlim. Numa segunda viagem a Paris, começou a se especializar em gravações e litografias, realizando trabalhos para a Ópera. Em pouco tempo pôde se apresentar no Salão dos Independentes. A partir de 1907, morou na Alemanha, onde, além de exposições, realizou cenários. Passou seus últimos anos em Osco, na Noruega.
OUTRAS OBRAS DO PINTOR:

Titulo: ''O Grito''

Titulo: ''The Day After''
Paul Klee

Titulo:"Senecio"
Sobre: É uma das obras mais famosas do pintor suíço Paul Klee. Nela, o rosto humano surge esquematizado, dividido em retângulos pelo uso da cor. Por outro lado, vários quadrados estão contidos num círculo representando a face com máscara e mostrando a face multicolorida de um arlequim.O retrato do artista Senecio pode ser considerado um símbolo da mudança da relação entre a arte, ilusão e o mundo do drama. "Levar uma linha a passear" era como Klee descrevia seu estilo único, inspirado por uma paixão pela música e um interesse pelos sonhos e as incongruências do subconsciente, combinando inocência com sofisticação.
Paul Klee: (1879-1940) - considerado um dos artistas mais originais do movimento expressionista. Convencido de que a realidade artística era totalmente diferente da observada na natureza, este pintor dedicou-se durante a toda sua carreira a buscar o ponto de encontro entre realidade e espírito. A exemplo de Kandinski, Klee estudou com o mestre Von Stuck em Munique. Depois de uma viagem pela Itália, entrou em contato com os pintores da Nova Associação de Artistas e finalmente uniu-se ao grupo de artistas do Der Blaue Reiter. Em 1912 viajou para Paris, onde se encontrou com Delaunay, que seria de vital importância para suas obras posteriores. Klee escreveu: "A cor, como a forma, pode expressar ritmo e movimento". Mas a grande descoberta ocorreria dois anos depois, em sua primeira viagem a Túnis. As formas cúbicas da arquitetura e os graciosos arabescos na terracota deixaram sua marca na obra do pintor. Iniciou uma fase de grande produtividade, com quadros de caráter quase surrealista, criados, segundo o pintor, em cima de "matéria e sonhos".
OUTRAS OBRAS DO PINTOR:

Titulo: ''Cat and Bird''

Titulo: ''Angelus Novus"
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